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Liu Jiakun vence o Pritzker 2025

“Primeiro você precisa ser uma pessoa, e depois um arquiteto. É mais como um instinto, um fundo, uma espécie de autocultivo, um subconsciente.” Essa é a frase que define o trabalho de Liu Jiakun, ganhador do Pritzker 2025 — principal prêmio de arquitetura do mundo, anunciou o profissional chinês como o homenageado do ano.

O profissional foi laureado por seu trabalho ao longo de quatro décadas. Juntamente com sua equipe, ele construiu mais de trinta projetos, desde instituições acadêmicas e culturais até espaços cívicos, edifícios comerciais e planejamento urbano em toda a China, e foi selecionado para projetar o Serpentine Pavilion Beijing (2018).

Jiakun frequentou o Instituto de Arquitetura e Engenharia em Chongqing (renomeado Universidade de Chongqing) em 1978. Ele admite que nessa época não compreendia completamente o que significava ser um arquiteto, mas, “como um sonho, de repente percebi que minha própria vida era importante”.

Assim, ele se formou em Engenharia de Arquitetura em 1982, integrando a primeira geração de ex-alunos encarregados de reconstruir a China durante um período transformador para a nação. Trabalhando para o Chengdu Architectural Design and Research Institute, ele se ofereceu para se mudar temporariamente para Nagqu, Tibete (1984–1986).

“Minha maior força na época parecia ser meu medo de nada e, além disso, minhas habilidades de pintura e escrita”, relembra. Nesse período Jiakun se aprofundou em outra aptidão nata, a criação literária. Também é escritor.

“Escrever romances e praticar arquitetura são formas distintas de arte, e eu não busquei deliberadamente combinar as duas. No entanto, talvez devido à minha dupla formação, há uma conexão inerente entre elas no meu trabalho — como a qualidade narrativa e a busca pela poesia em meus designs.”

Liu foi destaque em exposições internacionais, incluindo Experimental Architecture by Young Chinese Architects – The 20th UIA World Congress of Architects (1999, Beijing, China); TU MU Young Architecture From China (2001, Berlin, Germany); Urban Creation, Shanghai Biennale (2002, Shanghai, China); 1st, 3rd and 7th Bi-City Biennale of Urbanism/Architecture (2005, 2009 and 2017, Shenzhen, China); 11th and 15th International Architecture Exhibition of La Biennale di Venezia (2008 and 2016, Venice, Italy); 56th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia (2015, Venice, Italy); Now and Here – Chengdu | Liu Jiakun: Selected Works (2017, Berlin, Germany); e Super Fusion – Chengdu Biennale (2021, Chengdu, China).

“Eu sempre aspiro ser como a água — permear um lugar sem carregar uma forma fixa minha e infiltrar-se no ambiente local e no próprio local. Com o tempo, a água gradualmente se solidifica, transformando-se em arquitetura e talvez até na mais alta forma de criação espiritual humana. No entanto, ela ainda retém todas as qualidades daquele lugar, tanto boas quanto ruins”, diz.

Atualmente, é professor visitante na Escola de Arquitetura da Academia Central de Belas Artes (Pequim, China). Ele fundou a Jiakun Architects em 1999 em Chengdu, atuando na arquitetura como um produto da comunidade, espiritualidade, tradição e do preexistente.

 

Fonte: Casa Vogue

Foto: Divulgação Pritzker

 

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